6 dicas importantes para quem deseja começar a investir

Quem deseja começar a investir tem um longo caminho pela frente, a começar pela mudança de mentalidade em relação com o hábito de guardar dinheiro.

Não basta apenas acumular, é preciso entender que o investimento deve fazer parte do seu planejamento financeiro. Algumas modalidades de investimento podem garantir que você tenha reservas de emergências e até mesmo realizar sonhos mais ambiciosos.

Quero saber mais sobre esse assunto? Acompanhe este texto e descubra como definir os objetivos, conhecer as diferentes modalidades, escolher o melhor investimento e buscar ajuda de uma instituição financeira. Confira!

  1. Saiba diferenciar o que é poupar e investir

    Geralmente, o investidor iniciante realiza o processo de poupar dinheiro e acha que está investindo. Mas na verdade são duas coisas diferentes, embora possam ter uma correlação.

A tarefa de poupar é aquela ideia básica de guardar o dinheiro por determinado período de tempo, enquanto que investimento vai além disso. Investir se trata da condição de aplicar determinado dinheiro com o objetivo de receber algum montante por conta disso.

Nesse sentido, não necessariamente uma pessoa que está poupando dinheiro está investindo em algo. Isso porque a maneira como funciona o mecanismo de investimento feito em instituições financeiras é bastante diferente.

Ao investir em ativos financeiros, você recebe da instituição financeira um valor referente a parte que você emprestou a essa instituição. Já o ato de poupar não necessariamente vai garantir o rendimento a você.

Tendo essa diferenciação em mente, agora é importante traçar as estratégias para você efetivamente se tornar um investidor.

  1. Defina os objetivos de seu investimento

    Os investimentos podem garantir alto retorno financeiro. Mas o que você vai fazer com esse dinheiro? Essa questão é fundamental para você definir os objetivos do seu investimento.

Geralmente, os investidores têm o objetivo de conseguir reservas para emergências e para projetos da vida. No caso das emergências, trata-se do dinheiro capaz de fazer com que você passe ileso por situações ruins ou imprevistos financeiros. A ideia é aplicar determinado dinheiro cujo rendimento você possa ter acesso a qualquer momento.

Já as reservas para projetos de vida costumam ser planejadas a longo prazo. Pode-se considerar esses projetos como a realização de alguns sonhos, como por exemplo, comprar um imóvel, trocar o carro, fazer uma viagem, se preparar estruturalmente para o nascimento de um filho, fazer uma faculdade ou até mesmo a aposentadoria.

Sendo assim, determine quais são os seus objetivos para investimento. É importante “carimbar” o seu dinheiro para cada projeto de vida. Isso quer dizer que você não pode utilizar o dinheiro de determinado plano para outro objetivo. Se fizer isso, o seu projeto de vida estará em risco. Portanto, tenha os seus objetivos bastante definidos, seja responsável e coerente a eles.

O prof. Rogério Alexandre Gonçalves ressalta duas questões no planejamento: liquidez e risco. “Os recursos que forem destinados para situações de emergência devem ser investidos em aplicações que privilegiam a liquidez e ofereçam baixo risco. Para obter uma maior rentabilidade nos projetos de longo prazo, será necessário abrir mão da liquidez e aumentar a disposição para correr riscos”.

  1. Conheça as diferentes modalidades de investimento

    Hoje em dia, o mercado financeiro possibilita alta rentabilidade inclusive para investidores de primeira viagem que querem começar com pouco dinheiro. Existem vários tipos de investimento que podem trazer liquidez e retorno financeiro.

Como exemplo, podemos citar o Tesouro Direto, onde com apenas R$30,00 é possível encontrar títulos públicos rentáveis. Há também a opção de atuar na bolsa de valores. O mercado de ações pode trazer, além da valorização do título, o recebimento de dividendos.

A seguir, confira mais detalhes sobre algumas das principais modalidades de investimento e as observações do prof. Rogério.

3.1 Poupança

Este é um dos tipos de investimento mais seguros e acessíveis. Não é à toa que a poupança é uma das formas de investimento mais antigas do Brasil.

Essa modalidade tem garantia dada pelo governo e possui regras de funcionamento estabelecidas pelo Banco Central. Outras vantagens da poupança é que não é necessário ter muito dinheiro para começar a investir e você pode fazer a retirada quando precisar.

“Apesar de muito popular e com isenção do Imposto de Renda, os rendimentos da Caderneta de Poupança estão muito baixos, quando comparados com outras formas de investimento”.

3.2 Fundo de investimentos

É considerado um condomínio de investidores. Cada investidor recebe cotas de acordo com o valor investido e o fundo determina em quais ativos financeiros os recursos serão aplicados. Existem diversas opções de fundos de investimentos, desde do chamado “fundo simples” para investidores iniciantes e que concentra seus recursos em títulos de Renda Fixa até os fundos conhecidos como multimercado que combinam aplicações em títulos de Renda Fixa, Ações, Câmbio e Derivativos.

“É fundamental que o investidor avalie a taxa de administração e a composição da carteira dos fundos, para estabelecer a relação entre o custo x benefício do investimento”.

3.3 Tesouro direto

Sabia que é possível ganhar dinheiro ajudando a pagar a dívida pública? Isso mesmo! O governo emite títulos públicos que são distribuídos no mercado de investimentos e, se você compra algum desses títulos, recebe em troca uma rentabilidade.

Como o governo pode vender os títulos públicos diretamente aos interessados dá-se o nome de Tesouro Direto. Trata-se de um dos tipos de investimentos mais procurados recentemente e que apresenta baixo valor de aplicação. A partir de R$30,00 já é possível investir.

“Como o sistema financeiro é todo alicerçado na movimentação de títulos públicos, investir no Tesouro Direto, representa a aplicação mais segura possível. Observe bem os prazos de vencimento dos títulos”.

3.4 Ações

Esse é um dos tipos de investimentos que ao mesmo tempo faz você ajudar empresas a crescer e também ganhar dinheiro. Investir em ações faz você ser parte integrante dos acionistas de uma ou várias empresas.

Os valores recebidos variam de acordo com as oscilações de cada ação na bolsa de valores.

“Procure conhecer as empresas nas quais você pretende investir para não pagar caro pelas ações, além disso, não esqueça que se trata de uma aplicação de renda variável, ou seja, existe o risco de perder o capital investido”.

3.5 CDB

Outra modalidade de investimento é o CDB, ou Certificado de Depósito Bancário. Trata-se de um título de renda fixa oferecido pelos bancos, ideal para quem quer investir a reserva de curto prazo.

Os CDBs podem ser pós fixados, indexados à inflação e prefixados.

Os pós-fixados são do tipo mais comum. Nesse caso, o investidor recebe de remuneração um percentual de variação do CDI, o Certificado de Depósito Interbancário. Trata-se de uma taxa que lastreia as operações entre bancos.

Os CDBs indexados são aqueles vinculados a algum índice de preços. A vantagem desse tipo de CDB é que você mantém o seu poder de compra pela correção da inflação e recebe certa quantia em dinheiro devido ao acréscimo de juros.

Já o CDB prefixado remunera a partir da taxa de juros definida no momento da aplicação, ou seja, o rendimento não está vinculado a nenhuma taxa como SELIC ou CDI, sendo o próprio banco a estipular o valor da rentabilidade.

“Avalie a qualidade do banco que está emitindo o CDB, não esqueça que quanto maior o retorno, maior o risco envolvido na operação”.

  1. Saiba como escolher o melhor investimento

    Mesmo conhecendo as características das diferentes modalidades de investimento, é importante ir mais a fundo para se ter uma decisão sobre a melhor escolha a fazer. Por exemplo, você deve analisar se o investimento está de acordo com o seu padrão de vida.

Dentre os fatores que devem ser considerados nesse sentido estão o valor inicial necessário para aplicação no investimento, o índice de rendimento, o prazo ideal de retirada e a incidência de impostos e taxas.

Esse último quesito é um dos mais importantes a considerar, isso porque valores relacionados algumas taxas podem se tornar um verdadeiro vilão para investidor, já que a soma delas pode abocanhar boa parte do seu rendimento.

Sendo assim, é preciso observar se existe alguma taxa de administração, carregamento e corretagem, além de perceber se o rendimento é superior à inflação.

Com essas informações em mãos, é necessário colocar tudo na ponta do lápis e observar qual investimento tem mais a ver com seu perfil.

  1. Comece a se organizar para investir

    Entendendo quais são as condições e características das modalidades de investimento, agora você pode se começar a se organizar para realizar a sua primeira aplicação.

Alguma mudança de hábito será necessária, pois ser investidor é um estilo de vida que requer ações desde contenção de gastos até tentativa de encontrar renda extra. Conheça mais detalhes a seguir.

5.1 Faça a relação de seus gastos

O primeiro passo é anotar todos os seus gastos ao longo do mês, separando os gastos essenciais dos gastos supérfluos.

Podem ser considerados gastos essenciais o aluguel, condomínio, as contas de luz, água, alimentação e vestuário, por exemplo.

Para identificar aqueles que são gastos supérfluos, é importante se perguntar com frequência sobre a necessidade de comprar determinadas coisas e se não há outra opção com melhor custo benefício. Dessa maneira, você vai começar eliminar o que não é importante e terá condições de ter mais dinheiro disponível para investir.

5.2 Pague suas dívidas

Ainda pensando em maneiras de controlar os gastos, é importante considerar pagar suas dívidas. Afinal, não faz sentido você querer investir dinheiro sendo que ainda existem pendências a arcar.

Nesse sentido, uma pessoa que paga suas dívidas têm maior liberdade para inclusive escolher qual o valor pode servir de investimento. Sendo assim, liste todas as suas dívidas e tente renegociá-las.

Um bom caminho é começar pagando as dívidas com juros mais altos. Isso porque os juros fazem com que você se endivide cada vez mais. Portanto, é preciso dar um fim nisso. Faça um ranking das suas dívidas para ter uma visualização das mais comprometedoras e acerte-as.

Após pagar suas dívidas, você deve criar o hábito de criar um orçamento doméstico e fortalecer o hábito de anotar tudo. Isso permite que você tenha maior controle sobre suas finanças pessoais e consiga encontrar novas estratégias para poupar dinheiro.

Outro destaque do prof. Rogério: “Os juros da dívida são muito maiores que a rentabilidade obtida, os juros do cheque especial em 2018 superaram 300% ao ano”.

5.3 Poupe dinheiro

Com a dívidas pagas, agora sim você tem condições de poupar dinheiro. Comece por tentar separar ao menos 10% do seu salário todo mês com o objetivo de fazer alguma aplicação.

O valor determinado não pode comprometer os gastos essenciais que você possui e exige a disciplina para que o investimento seja constante. É importante destacar que o momento para separar o valor é exatamente quando você recebe a sua remuneração. Isso faz com que você já desconte juntamente às contas mensais o valor do dinheiro para seu investimento.

  1. Busque uma corretora

    Agora que você sabe como investir, é chegado o momento de você buscar ajuda de uma corretora. Essa instituição financeira tem duas funções primordiais no processo de investimento. A começar pela consultoria.

A corretora pode oferecer diversas informações sobre como traçar o seu perfil de investidor e a partir disso oferecer as melhores opções. Em um segundo momento, a corretora pode oferecer os produtos e até mesmo administrá-los para você.

Mas é importante saber escolher uma corretora. Comece pensando sobre as taxas. Por exemplo, perceba qual é a taxa de custódia, uma espécie de mensalidade que a corretora cobra para manter o seu cadastro de cliente. Também perceba qual é a taxa de corretagem, sendo este o valor cobrado para cada operação de compra ou venda de ações.

Ainda, busque saber se a corretora oferece conteúdo para o investidor. Isso quer dizer se a corretora fornece relatórios de mercado, boletins diários ou estudo sobre empresas. Essas informações são fundamentais para quem está começando a investir e ajudam na tomada de decisões.

Essas foram algumas informações para quem deseja começar a investir. É importante sempre tentar diversificar a sua carteira de aplicações, ou seja, equilibrar liquidez, risco e rentabilidade de acordo com seus objetivos.

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Fonte: Fundação Instituto de Administração

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