Salário mínimo se aproxima do teto da isenção do Imposto de Renda

O ano de 2023 será o primeiro em que pessoas que recebem 1,5 salário mínimo mensal terão que pagar Imposto de Renda. Isso é resultado da combinação entre a tabela do IR, sem atualização desde 2015, e do valor atual para o salário mínimo aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro, de R$ 1.320. A situação preocupa senadores, que cobram a ampliação da faixa de isenção para que cidadãos de menor renda sejam desonerados.

A última correção da tabela do IR aconteceu há oito anos (Lei 13.149, de 2015) e levou a faixa de isenção — ou seja, o rendimento mensal máximo para que uma pessoa não precise pagar Imposto de Renda — para R$ 1.903,98. Na época, isso correspondia a quase 2,5 vezes o salário mínimo, que foi fixado em R$ 788 para o ano de 2015.

A proposta original do governo federal previa salário mínimo de R$ 1.302, valor que também faria passar da faixa de isenção quem recebe um salário e meio.

O Senado tem vários projetos em andamento que visam promover uma atualização na tabela do IR, por meio de medidas como ampliação da faixa de isenção ou estabelecimento de um gatilho inflacionário. Em 2015, o instrumento foi uma medida provisória.

Com a defasagem da tabela, outro fator que contribui para incluir cada vez mais pessoas na incidência do Imposto de Renda é a inflação. Desde 2015, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula uma alta de mais de 59%. A Receita Federal recebeu mais de 36 milhões de declarações de pessoas físicas em 2022, um recorde.

Desvalorização
A escalada inflacionária também preocupa pelo seu efeito de corrosão sobre o salário mínimo, que desde 2019 não possui uma regra de valorização real e vem sendo corrigido apenas pela inflação. A última política de valorização do mínimo (Lei 13.152, de 2015) expirou em 2019 e não foi substituída. Desde então, o valor é estabelecido anualmente por meio de medidas provisórias.

A política de valorização do salário mínimo previa um reajuste calculado com base no crescimento do produto interno bruto (PIB). Além disso, a reposição inflacionária era medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que verifica a variação do custo de vida médio das famílias entre um e cinco salários mínimos.

O restabelecimento da política de valorização do mínimo também é tema recorrente no Parlamento. O projeto mais recente é do senador Paulo Paim (PT-RS), que retoma a fórmula anterior. Por ela, o salário mínimo para 2023 seria de R$ 1.378. O texto (PL 1.231/2022) também aplica a mesma regra de reajuste para os benefícios da Previdência Social.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva incluiu em seu discurso de posse, feito ao Congresso, a valorização real do salário mínimo como objetivo do governo. Em dezembro, o Congresso aprovou e promulgou a emenda constitucional que garantiu recursos para essa medida já em 2023 (EC 126).

Fonte: Fenacon

O que 20 empresários de diferentes setores esperam de 2023?

O ano de 2022 foi marcado por altos e baixos para diversos setores da economia brasileira. As companhias de bens de consumo sentiram o peso da perda do poder de compra dos consumidores. Já os resultados das empresas de turismo registraram recordes históricos no primeiro ano pós-pandemia. O que esperar em 2023?

No lado da macroeconomia, o cenário de inflação não deve ser muito melhor do que o de 2022. Na edição mais recente do relatório Focus, divulgada ontem (9) pelo BC (Banco Central), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve encerrar os doze meses em 5,36%, em linha com os 5,6% estimados para 2022.

A taxa básica de juros, por outro lado, deve encerrar o período em 12,25% ao ano, na avaliação dos economistas, representando um alívio considerável em relação aos 13,75% vistos na taxa Selic hoje. Já o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) não será brilhante na avaliação do mercado, com uma expansão de 0,78% no acumulado do ano.

Apesar dos dados econômicos serem claros, eles são pouco palpáveis para o desenrolar do dia a dia dos brasileiros. Pensando nisso, a Forbes conversou com 20 empresários de diferentes setores que buscam trazer uma perspectiva do que é esperado para o ano.

Alimentação

Em 2022, a redução nas medidas de distanciamento contra o Covid-19 fez com que os consumidores voltassem a frequentar bares e restaurantes, após quase dois anos funcionando na base do delivery. Por outro lado, os preços dos alimentos subiram de forma drástica no período. A alta expressa nos índices de inflação é de 12% para esse item, muito acima da média do ano.

Apesar disso, para Domingos Neto, fundador do Grupo Bom Beef, 2022 foi um ano de realização de sonhos e 2023 promete ser ainda melhor. “Ao longo do ano, a nossa expectativa é abrir 30 restaurantes Bom Beef Parrilla em todo o Brasil.

Já em relação ao mercado de carnes, devemos ter ao menos 80 novas unidades no próximo ano”, diz Neto.

Nicholas Acquaviva, CEO da The Good Cop Donuts, também aposta na expansão de suas unidades para ampliar o alcance da marca. “O foco é continuar a expansão no estado de São Paulo e dar os primeiros passos em outros grandes estados”, afirma Acquaviva. “A nossa meta é terminar o ano com 100 unidades e com faturamento de R$ 50 milhões.” Acquaviva conta que há planos para aumentar a fábrica, criar novos cardápios, novas colaborações, eventos, e novos produtos do Good Cop além do Donut.

Alessandro Ávila, CEO do Grupo Alife-Nino, rede de bares e restaurantes que inclui as marcas Tatu Bola, Boa Praça, Eu, Tu Eles, Nino, Da Marino e Forno da Pino, afirma que a expectativa para 2023 é grande e conta sobre os planos ambiciosos. “Nós pretendemos abrir 35 novas operações entre bares e restaurantes pelo país, além de um crescimento de 60% em relação a 2022”, afirma Ávila.

Editorial e marketing

Para Manuela Bordasch, fundadora da plataforma de conteúdo de moda, beleza e lifestyle Steal the Look, as estratégias de conteúdo e marketing passarão a ter uma relevância ainda maior neste ano, tornando- se uma saída para muitos desafios que virão pela frente. “Acredito no potencial de uma reorganização de investimentos e otimização dos recursos, em que a estratégia de conteúdo e marketing de comunidade passam a ter uma relevância cada vez maior”, afirma Bordasch.

Marcio Esher, sócio e diretor de marketing e negócios da Holding Clube, grupo de empresas especializadas em live marketing, vê 2023 com grandes oportunidades para o seu negócio. Para ele, “2022 foi um ano de muito trabalho, dedicação e conquistas, voltado para dar aquela arrumada geral depois de uma forte tempestade. Com as empresas organizadas, as expectativas para 2023 não poderiam ser melhores, mas isso não quer dizer que o ano não será muito desafiador”, avalia.

Ele diz esperar um cenário novo na economia. Deverá haver uma redução na quantidade de eventos,, o que vai abrir oportunidades para preencher essas lacunas com diferentes formatos de ativações e entretenimento.

Vinícius Machado, CEO e fundador da Sotaq Creators, empresa de marketing de influência regional, afirma que em 2023 os influenciadores ganharão cada vez mais espaço nas campanhas e ações, junto da diversidade como um todo.

Financeiro

O setor financeiro vê um ano desafiador pela frente. Para Cláudio Vale, CEO da CVPAR Business Capital, o mercado deve lutar contra o aumento do índice de inadimplência, a mudança de governo e a incerteza com as contas públicas e baixo crescimento do PIB. “Nesse cenário os bancos restringem o acesso ao crédito para as empresas e estas por sua vez precisam recorrer aos FIDCs como forma alternativa de financiamento, gerando oportunidades para os fundos de crédito”, afirma Vale.

No ano, o grupo espera continuar se posicionando como um hub de negócios do Nordeste, além da aposta no lançamento da CV DTVM, passo importante na prestação de serviços financeiros da companhia.

Nathalia Arcuri, CEO e fundadora da Me Poupe!, também está com um grande lançamento marcado para este ano. “Em 2023, planejamos lançar o primeiro aplicativo da Me Poupe! de gestão financeira autônoma usando a inteligência artificial para aplicação do meu método exclusivo, reforçando e escalando a empresa e seu impacto social – uma ‘finpactech’“, afirma. “Esperamos democratizar e escalar a educação financeira, ajudando a população a se organizar financeiramente e a destravar o bloqueio que existe em relação às finanças.”

Moda

O ano de 2023 será de grandes desafios tendo em vista o cenário internacional, de pressão de custos de produção, inflação em alta e problemas com as cadeias de fornecimento.

Essa é a visão da CEO do Grupo Solvay, Daniela Manique. Segundo ela, a empresa continuará investindo em suas operações no Brasil – foram mais de R$ 600 milhões nos últimos quatro anos –, e no desenvolvimento de novos produtos químicos e têxteis sustentáveis. “Os lançamentos seguem as políticas ESG da companhia, para atender às necessidades dos clientes e de consumidores finais”, afirma Manique.

Já para Emily Ewell, CEO e co-fundadora da Pantys, primeira marca de calcinhas absorventes da América Latina, o fim de 2022 trouxe mais estabilidade para o comércio, tanto on-line quanto off-line, fazendo com que 2023 comece mais positivo. “Para o novo ano, a empresa visa um forte crescimento por meio uma maior diversificação de canais e sua expansão para o físico, que durante a pandemia ficou muito concentrada no e-commerce”, conta Ewell.

Sandra Chayo, sócia e diretora do Grupo Hope, afirma que a companhia espera crescer 10% com os lançamentos das coleções femininas e masculinas das marcas do grupo. “O plano de aceleração da expansão dos modelos de franquias de lojas híbridas Hope e Hope Resort e das lojas monomarcas HOPE Resort, vem com muita agressividade e oportunidades”, diz.

Para Dominique Oliver, fundador e CEO da Amaro, 2022 foi um ano estratégico para a empresa, com a introdução das entregas em até três horas. “Para o próximo ano, continuaremos focados e dando prioridade à omnicanalidade como uma alavanca importante para o consumo imediato”, afirma Oliver.

Saúde e bem-estar

O presidente da Cimed, João Adibe Marques, diz esperar continuar crescendo duas vezes mais que o mercado e pretende alavancar a categoria de vitaminas no Brasil, com investimento em educação sobre os benefícios da inclusão dos multivitamínicos no dia a dia – grande aposta da farmacêutica para o ano.

Para ele, existe grande potencial de amadurecimento da categoria no país, já que a população tem o hábito de buscar o curativo e não o preventivo. “Por isso, a Cimed vai trabalhar para mudar esse cenário e continuar seu propósito de promover saúde e bem estar para todos os brasileiros”, afirma.

Patricia Lima, fundadora e CEO da Simple Organic, espera encontrar um mercado muito receptivo em 2023. “Independentemente das movimentações, vemos que o setor de impacto positivo na sustentabilidade está se tornando cada vez mais uma prioridade para o consumidor”, avalia. “Nossas metas de crescimento são bastante agressivas, vão além da venda de um produto, mas buscam criar o futuro mais positivo e sustentável.”

Para Rochele Silveira, diretora administrativa do Kurotel, Centro de Bem-Estar e SPA Médico, a expectativa é de um crescimento de 10% nos negócios e um aumento de 3% de clientes estrangeiros em 2023. “O cenário pós-pandêmico se tornou positivo para o crescimento de negócios na área da saúde e bem-estar, com uma população mais preocupada em relação aos temas e buscando formas de investir nessas áreas para melhorar seu estilo de vida e envelhecimento, principalmente o público acima dos 40 anos e homens”, avalia.

Para 2023, as expectativas da companhia são altas, já que o mercado global de SPA médico atingiu um valor de quase US$ 13,7 bilhões em 2022, de acordo com a Expert Market Research. “Segundo este estudo, o Brasil é o país que mais cresce no mercado de spa médico considerando-se as regiões da América Latina, do Oriente Médio e da África, com expectativa de atingir 13,9% no período de 2018 a 2025”, afirma Silveira.

Setor imobiliário

Tatiana Muszkat, diretora institucional e marketing da You,inc, diz acreditar que a tendência do mercado para 2023 é que as negociações de compra e venda continuem crescendo e de forma exponencial. “O mercado imobiliário é um segmento bastante sólido no Brasil, principalmente quando falamos de imóveis residenciais”, conta Muszkat. “Estamos cautelosamente otimistas. Vamos aguardar as medidas que o novo governo irá tomar para o primeiro trimestre e decidir o que vamos planejar para 2023.”

Sustentabilidade

Para Juliana Schunck, CEO da Massfix, empresa líder em reciclagem de cacos de vidro, a expectativa para a agenda ambiental é muito otimista. “Confiamos que cada vez mais terá espaço e relevância no cenário mundial e que de maneira geral, os assuntos ESG estão vindo para ficar”, diz.

No entanto, há pontos que inspiram cautela, como as expectativas de alta dos juros e da inflação, além da imprevisibilidade no cenário internacional, em que a guerra pode afetar diretamente a cadeia logística e de energia.

“A Massfix confia no crescimento da reciclagem no país e aumentará sua capacidade produtiva com a construção de mais uma unidade fabril. Além disso, a companhia abrirá mais pátios logísticos visando contribuir com a logística reversa do vidro”, afirma Schunck.

Tecnologia

Para Ricardo Tavares, CEO da Biobots, empresa especializada na criação e desenvolvimento de produtos digitais como avatares, 2022 foi o ano da tecnologia. “Em 2022 a ideia de metaverso, Web3 e suas tendências começaram a vir à tona de maneira muito positiva, já que mesmo que sem muito conhecimento sobre os temas, avatares e NFTs passaram a fazer parte de discussões e estratégias de empresas e profissionais”, avalia Tavares.

O executivo diz acreditar que 2023 vem para dar início a materialização de muitos projetos da companhia e reforçar a importância da construção e gestão de comunidades sólidas dentro do metaverso. Ele espera um grande ano para o mercado relacionado a estes temas e para a Biobots.

Turismo

Fernando Vasconcelos, CEO do Grupo Kontik, também acredita que o setor tem grande potencial de crescimento em 2023. “A expectativa para o setor de turismo é de um crescimento de 53,6% em comparação a 2022, já inclusa a adesão de novos destinos que estão surgindo na cartela de viagens dos consumidores”, afirma.

Fonte: Forbes

Link: https://forbes.com.br/forbes-money/2023/01/o-que-20-empresarios-de-diferentes-setores-esperam-de-2023/

Tabela do Imposto de Renda será atualizada em 2023?

A última atualização na tabela no Imposto de Renda foi em 2015, porém, com algumas falas na campanha do atual presidente, muitos cidadãos esperam mudanças em 2023.

Durante a campanha eleitoral, o Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prometeu realizar mudanças no IR e isso gerou esperança na população.

Acompanhe os próximos tópicos deste artigo e saiba se tabela do Imposto de Renda será realmente atualizada em 2023.

Promessas de campanha

Uma das principais promessas do governo Lula durante as campanhas à presidência em 2022 foi uma reforma no Imposto de Renda e mudanças na tabela, a esperança de mudança ficou para 2023.

Entretanto, tudo indica que em 2023 não aconteçam as mudanças prometidas durante a campanha eleitoral, uma declaração indica isso:

Em novembro de 2022, o senador eleito Wellington Dias (PT), responsável pela revisão do orçamento, disse que o tema (IR) será tratado ao longo do governo Lula.

“É uma proposta para o mandato. Ela não está sendo tratada nem na PEC (De transição) e nem na reorganização do orçamento de 2023”, afirmou Wellington Dias.

Ou seja, tudo indica que mesmo com promessas de mudança e com um projeto aprovado na Câmara dos Deputados, as mudanças prometidas como isenção para quem ganha até 5 mil não entraram em vigor este ano.

O que muda na tabela do Imposto de Renda em 2023?

A tabela do Imposto de Renda em 2023 provavelmente não passará por mudanças, se alguma alteração for aprovada este ano só entrará em vigor no IR 2024.

Sem avanço nos projetos que estão no Senado e na Câmara e como a promessa de campanha deve ter andamento ao longo de 2023, a tabela do Imposto de Renda só deverá ser realmente atualizada no próximo ano.

Em fevereiro deste ano as regras do IR 2023 serão divulgadas pela Receita Federal, provavelmente sem mudanças na tabela, mas, com algumas mudanças pontuais.

Defasagem

A falta de mudança está prejudicando o cidadão brasileiro, a defasagem da Tabela do Imposto de Renda em 2023 atingiu 148%, um recorde histórico.

A falta de atualização na tabela do IR desde 2015 vem prejudicando o povo brasileiro.

Segundo o cálculo realizado pelo Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), com base no anúncio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado terça-feira (10), foi apontada uma inflação acumulada de 5,79% em 2022 e uma defasagem de 148,10%.

Segundo o Cálculo da Sindifisco, se uma correção total da tabela do Imposto de Renda fosse feita, nenhum contribuinte do IRPF com renda tributável mensal menor que R$ 4.683,95 pagaria o imposto.

Fonte: Jornal Contábil